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Esterilização dos materiais odontológicos: como fazer da forma correta?

A odontologia, assim como todas as áreas da saúde, atravessa um momento de desafio e resistência por conta da pandemia da covid-19. As técnicas empregadas precisaram ser revistas e atualizadas à luz dos conhecimentos gerados até agora sobre as formas de transmissão do novo vírus. 

Sob esse aspecto, ressalta-se a utilização dos materiais clínicos-cirúrgicos nos consultórios e/ou clínicas odontológicas. Esses materiais são de extrema relevância no trabalho do dentista e por isso mesmo precisam de cuidados especiais quanto à sua administração. Um desses cuidados refere-se à sua esterilização. Você conhece as etapas fundamentais para garantir a esterilização eficiente desses materiais?

Pensando nisso, descrevemos a seguir os principais processos de esterilização dos materiais odontológicos, visando às orientações de biossegurança preconizadas pela legislação vigente no Brasil. Boa leitura!

O que é Esterilização?

A esterilização dos materiais/instrumentais odontológicos é um processo obrigatório e regulamentado pelo Manual de Normas Técnicas em Biossegurança (1997) para serviços em Odontologia. Esse processo pode ser resumido como um conjunto de técnicas e procedimentos uniformizados e unidirecionais, onde o material ou instrumento é limpo e tratado de forma a se extinguir qualquer risco de contaminação e/ou infecção por micro-organismos. 

Quando esterilizamos um instrumento de trabalho, estamos, em resumo, limpando e reaproveitando o material não descartável para nova utilização, procedimento bastante comum nas unidades de serviços odontológicos.

De acordo com as normas do Conselho Federal de Odontologia, toda unidade que ofereça serviços em odontologia é obrigada a ter uma Central de Esterilização, onde são realizados os procedimentos essenciais para garantir a descontaminação e a desinfecção dos instrumentos utilizados pelos cirurgiões-dentistas.

Falaremos a seguir sobre esses procedimentos e como construir uma central de esterilização adequada.

Processo de Esterilização dos Equipamentos: o passo a passo

De acordo com o Manual de Normas Técnicas do CFO, podemos destacar ao menos seis procedimentos essenciais para garantir a esterilização eficiente dos materiais odontológicos. Essas etapas são separadas apenas de forma didática, para facilitar a compreensão dos profissionais. Na prática, esses processos estão mais relacionados às áreas físicas da central de esterilização (mostraremos mais à frente).

As técnicas empregadas devem obedecer a critérios acerca do estado em que se encontra o equipamento a ser reutilizado. Contudo, de forma geral, e segundo o parágrafo 4° do artigo 2° do Manual, não é aconselhável a utilização de “Soluções de Hipoclorito de Sódio, Peróxido de Hidrogênio e Polivinilpirrolidona iodada (PVP-i) (…) para artigos metálicos devido à sua ação corrosiva sobre os mesmos.

Além desses cuidados quanto aos produtos químicos utilizados, o CFO também recomenda cuidado e perícia na utilização de técnicas físico-químicas, sobretudo das que utilizam calor. As condições dos materiais utilizados devem ser previamente reconhecidas e classificadas em: não críticos, semicríticos e críticos.

Vamos às etapas: 

  1. DESCONTAMINAÇÃO e/ou DESINFECÇÃO: também conhecida como pré-lavagem, é uma etapa considerada opcional, contudo bastante importante e depende do material que está sendo limpo. Aqui, os instrumentais, que tenham resto de matéria orgânica ou qualquer outra sujeira, são submetidos à limpeza por fricção mecânica e água corrente (esponja ou panos embebidos em detergentes enzimáticos), imersão em solução desinfetante (em concentração a ser analisada de acordo com o fabricante do material que está sendo descontaminado) ou jato de água quente (até 90°C), o que, na falta de aparelhos específicos, pode ser trocado por banho em água em ebulição por 30 minutos. 

2. LIMPEZA: é a lavagem propriamente dita. Nessa etapa, o rigor na limpeza do instrumento deve ser obedecido, levando-se em conta uma das técnicas a seguir: manual, feita por fricção mecânica (com escova, esponja ou pano), água e sabão; automatizada, feita por lavadoras termodesinfectadoras ou lavagem ultrassônica, feita com desincrustantes. Importante salientar que se aconselha a utilização de pias com cuba profunda para a lavagem manual, a fim de se evitar acidentes.

3. ENXÁGUE: procedimento posterior à limpeza, deve ser feito com água potável e corrente.

4. SECAGEM / INSPEÇÃO VISUAL: com o objetivo de aumentar a eficácia do processo, a secagem tem por objetivo diminuir a umidade dos materiais após a lavagem. Pode ser escolhida uma das seguintes alternativas: pano seco e limpo, secadora de ar quente/frio, estufa, ou câmara de ar comprimido. Ao término da secagem, recomenda-se a inspeção visual dos materiais, a fim de verificar a integridade dos mesmos ou se ainda há necessidade de repetir os procedimentos anteriores.

5. ESTOCAGEM / BARREIRA: quando o manual de normas técnicas, acima citado, foi publicado no Brasil, ainda não havia o entendimento da ANVISA sobre os procedimentos-padrão de esterilização. Isso mudou, e hoje em dia o entendimento é de que, crítico ou não-crítico, todo material de uso, que vai ser reprocessado ou reutilizado, precisa passar por esterilização. Sendo assim, colocamos aqui o conceito de BARREIRA, não utilizado até 1997, para complementar o procedimento de ESTOCAGEM. A estocagem visa à manutenção dos materiais, que já passaram pela esterilização física, em armários fechados. Já o conceito de barreira diz respeito a todos os materiais que serão esterilizados. Os materiais usados como barreira na esterilização são termorresistentes e ajudam na manutenção da integridade dos equipamentos. Os mais utilizados e aprovados pela ANVISA são o papel crepado e o papel grau cirúrgico.

6. ESTERILIZAÇÃO: a esterilização em si ocorre com a utilização de técnicas químicas, físicas ou físico-químicas. Nessa etapa, qualquer resquício de micro-organismo vivo ou agente infeccioso (na ordem de 1:1.000.000) é completamente eliminado. No Brasil, a ANVISA determinou que qualquer serviço odontológico deve realizar esterilização a partir do método físico, por meio da AUTOCLAVE. As autoclaves são equipamentos de esterilização que utilizam calor úmido em câmaras pressurizadas. São registradas pela própria ANVISA e possuem 3 subtipos, que variam de acordo com parâmetros, como calor, pressão e vapor. Nota-se aqui que os instrumentais devem conter barreiras de acordo com a autoclave a ser utilizada. Tais barreiras devem conter indicadores químicos, com o objetivo de monitorar a esterilização pelas autoclaves. Os indicadores (p. ex., fitas que alteram a cor) contribuem para o conhecimento do processo adotado e sua eficiência e devem ser usados todos os dias.

A Central de Esterilização

Atualmente, existe a compreensão da importância da Biossegurança em todos os serviços de saúde (humana ou animal). A biossegurança diz respeito ao conjunto de técnicas e procedimentos que protejam os profissionais de saúde e os pacientes, além de fornecer os indicadores ideais para a criação de ambientes de trabalho seguros quanto ao material utilizado.

Na odontologia isso não é diferente. O CFO, por exemplo, não só regulamentou o ensino de biossegurança nos cursos, como também instituiu práticas obrigatórias nas rotinas das clínicas e dos consultórios odontológicos por todo o Brasil.

Uma dessas rotinas são os procedimentos realizados na Central de Esterilização nas unidades de atendimento odontológico. De acordo com o Manual de Normas e Técnicas em Biossegurança lançado em 1999 pelo CFO, podemos afirmar que a central de esterilização “consiste em uma área específica para a prestação de um serviço especializado que tem por objetivo o processamento (limpeza, conservação, preparo, manutenção, desinfecção e esterilização) armazenamento, controle e fornecimento de material profissional, instrumentais e equipamentos às unidades cirúrgicas, ambulatoriais e a outros serviços que deles necessitem.”

A central de esterilização é compreendida por 3 áreas: área de processamento dos artigos, área de estocagem dos artigos esterilizados e área de apoio.

A área de processamento destina-se ao recebimento do material contaminado/infectado e tem por objetivo sua esterilização propriamente dita. É aqui onde ocorrem as etapas do passo a passo que descrevemos anteriormente. Subdivide-se em 4 setores, nos quais o trabalho é organizado em fluxo direcional (do contaminado para o estéril) a saber: recepção, seleção e limpeza, preparo e embalagem e esterilização.

A área para estocagem dos artigos estéreis, como já diz o nome, destina-se ao armazenamento dos materiais já esterilizados. Obedece a uma série de normas regulamentadas pela ANVISA e possui circulação humana restrita. 

A área de apoio tem por objetivo ser o local de administração da central de esterilização (onde ocorrem os processos mais burocráticos) e conter um pequeno almoxarifado onde fica armazenado os materiais de uso na rotina da esterilização.

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