De acordo com dados estatísticos fornecidos pelo Conselho Federal de Odontologia, o CFO, do total de mais de 330 mil cirurgiões-dentistas especializados, 5,0% são profissionais especializados em Endodontia. Esse número coloca essa especialidade como a terceira mais procurada nos centros de ensino, ficando atrás apenas da Implantodontia (com 5,12% ) e da Ortodontia (*inserir aqui link para o artigo sobre ortodontia*), que lidera o ranking de especialistas com 8,6% dos profissionais com registro nos CROs.
De forma generalista, podemos afirmar que a endodontia engloba o diagnóstico, prognóstico, tratamento e controle das alterações da polpa e da gengiva. Também conhecida como tratamento de canal, a endodontia é a especialidade que cuida da remoção da polpa do dente, um pequeno tecido mole no interior do dente que, após ser danificado ou tornar-se infeccionado, precisa ser removido. O espaço ocupado pela polpa é, então, limpo e preenchido, evitando assim a perda do dente.
A obturação promovida pelo tratamento do canal é finalizada com a adição de um composto biocerâmico, tema central de nossa postagem. Confira o material abaixo e saiba mais sobre como o desenvolvimento desse material odontológico ajudou no avanço da endodontia. Boa leitura!
O que são cimentos biocerâmicos?
A endodontia, assim como as demais especialidades odontológicas, presenciou considerável avanço nos últimos anos. Com o desenvolvimento das tecnologias presentes nos materiais odontológicos, foi possível a criação de compostos bioativos (ou seja, com propriedades biológicas) mais potentes, de baixo custo e mais satisfatórios quanto ao resultado final.
Os cimentos biocerâmicos fazem parte de uma classe de materiais odontológicos conhecidos como cerâmicos. Eles se distinguem dos cimentos convencionais por possuírem propriedades físico-químicas capazes de contribuir para a formação da hidroxiapatita,resultando em grande poder biológico e bioativo de cicatrização ósseae atividade antibacteriana.
Graças a sua capacidade regenerativa, os cimentos biocerâmicos são utilizados na obturação do conduto radicular, durante os procedimentos endodônticos. Segundo a literatura disponível, os materiais biocerâmicos são indicados como cimento selador e reparador, de fácil manipulação e aplicação.
Quais são as vantagens do uso dos biocerâmicos?
As principais vantagens no uso do cimento biocerâmico são a biocompatibilidade e a bioatividade. A biocompatibilidade diz respeito ao fato de os componentes desse material serem capazes de agir como selantes, sem apresentar reações negativas ao organismo humano, ou seja, possuem baixa citotoxicidade e são aceitos pelo tecido.
Já a bioatividade é entendida como a capacidade desses componentes induzirem respostas no organismo, nesse caso, respostas positivas. Os cimentos biocerâmicos são capazes de aumentar a regeneração tecidual e ajudam a promover a cicatrização dos tecidos periapicais. Por esse motivo, esses materiais também são chamados de biomineralizadores.
Ambas as características são essenciais para a garantia de um pós-operatório satisfatório ao paciente, uma vez que atenuem possíveis respostas inflamatórias decorrente do tratamento endodôntico, evitando dor e desconforto. Dessa forma, é possível garantir um processo acelerado de cura com a intervenção endodôntica.
Biocerâmicos na endodontia: qual o impacto da utilização?
Sem sombra de dúvida, o maior impacto dos compostos biocerâmicos nas técnicas endodônticas é o aumento da eficácia do tratamento do canal e a restauração da polpa dentária, quando usado no capeamento. O avanço tecnológico proporcionado pela pesquisa e descoberta de novas propriedades dos compostos já existentes ou a descoberta de novos compostos, está revolucionando a endodontia, proporcionando aos profissionais novas técnicas, mais apuradas e dinâmicas.
Graças à fluidez, os biocerâmicos são capazes de preencher os espaços de difícil acesso biomecânico, tais como os canais colaterais, os canais recorrentes e o delta apical, que são espaços onde as bactérias tendem a se alojar e com isso provocar o insucesso do tratamento endodôntico. Como os biocerâmicos possuem atividade antimicrobiana, o preenchimento desses espaços termina por contribuir para a proteção adequada dos dentes ea análise radiográfica é capaz de verificar se o preenchimento aconteceu de forma completa, devido a sua radiopacidade.
Diferente das técnicas tradicionais, a endodontia que utiliza materiais biocerâmicos aposta na diminuição das lesões teciduais provocadas pelos cimentos à base de resina. Outro impacto positivo no tratamento endodôntico com a utilização dos materiais biocerâmicos é a possibilidade desses compostos nas técnicas de capeamento pulpar direto ou indireto, pulpotomia e apicificação. E por fim, para os tratamentos endodônticos cirúrgicos como selamento de perfurações laterais acidentais, por limas e brocas ou causadas por reabsorções e o uso nas obturações retrógradas.
Livros sobre biocerâmicos na endodontia
O aumento nas pesquisas para a obtenção de novos biocerâmicos ou a melhora nos materiais já disponíveis proporcionou aumento significativo na bibliografia disponível sobre o tema. Esses materiais são essenciais na formação dos profissionais de grande qualidade e perícia dentro da especialidade em endodontia.
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