Uma das capacidades mais importantes nas relações sociais é a expressão daquilo que sentimos. E isso ocorre em diversos níveis. Um desses níveis é por meio de nosso rosto, ou seja, a face humana e seus mecanismos para expressar os sentimentos.
A face compreende todo o espaço anterior da cabeça, na qual se localizam os olhos, o nariz e a boca. Conhecer a anatomia dessa grande janela da alma é fundamental para quem trabalha com os procedimentos estéticos.
Atualmente, com o crescimento do mercado estético, é fundamental difundir esses conhecimentos basilares, outrora restritos aos dermatologistas. É preciso compreender a anatomia e as estruturas do rosto e como elas agem para exprimir aquilo que sentimos, e qual é o limite das intervenções estéticas nessas estruturas. Acompanhe nosso artigo abaixo e aproveite para conferir nossos materiais didáticos especializados neste tema!
Uma consulta nos tratados de anatomia humana mais recentes revela-nos com riqueza de detalhes os mecanismos por trás da anatomia facial. Um desses materiais, rico em detalhes e bem elucidativo, é o nosso livro A Face – Atlas Ilustrado de Anatomia Clínica. Nele você encontra um atlas completo da anatomia facial, com detalhes, morfometria, proporções, esqueleto, compartimentos de gordura, músculos e suprimento vascular e nervoso de toda a região do rosto.
Com base nesse material, organizamos um breve resumo da composição anatômica da face e suas propriedades. Vamos a elas!
Além das importantes funções fisiológicas que exerce, a face também cumpre considerável papel no contato e no relacionamento humano, uma vez que é o elo entre o nosso interior e o meio em que vivemos. É através da face que expressamos nossos sentimentos e conseguimos nos comunicar com as pessoas ao nosso redor. A face, ou rosto, compreende a parte anterior da cabeça. Seu formato é determinado pelos ossos que a compõem. Os corpos adiposos situados nas bochechas e os músculos faciais contribuem para seu formato final.
O esqueleto da face é formado por ossos que dão forma à parte anterior do crânio. Alguns são pares e outros ímpares.
Os ossos pares são: maxila, concha nasal inferior, zigomático, palatino, nasal, lacrimal; e os ímpares são: mandíbula, etmoide e vômer. A mandíbula forma o queixo, e o vômer é um dos ossos que formam o septo nasal. O lacrimal localiza-se no interior da órbita. O zigomático é o osso proeminente da face e o palatino compõe o palato, juntamente com as maxilas.
As maxilas e a mandíbula são os ossos de suporte para os dentes superiores e inferiores, respectivamente. As maxilas formam o esqueleto do maxilar superior, que está fixado na base do crânio. Em geral, as maxilas contribuem para a maior porção da parte superior do esqueleto da face. A mandíbula é móvel e se liga à base do crânio nas articulações temporomandibulares.
Dividem em músculos da mastigação e músculos da expressão facial. Os músculos mastigatórios são responsáveis pelo processo de mastigação. São eles: temporal, masseter, pterigoideo medial e lateral.
Os músculos da expressão facial ao se movimentarem, alteram as expressões faciais, transmitindo nossos sentimentos. São responsáveis pelos movimentos da boca, olhos e do nariz.
Eles podem ser divididos em três grupos: músculos motores das pálpebras e das sobrancelhas (corrugador do supercílio e prócero, abaixador do supercílio e orbicular do olho); os músculos motores do nariz (prócero, nasal e abaixador do septo nasal) e os músculos motores dos lábios (levantador do lábio superior, levantador do lábio superior e da asa do nariz, levantador do ângulo da boca, zigomático menor, zigomático maior, risório, abaixador do lábio inferior, abaixador do ângulo da boca, mentual, orbicular da boca e bucinador).
A face é ricamente suprida pelas artérias. A maioria delas é ramo da artéria carótida externa. Somente parte da cavidade nasal e a parte superior da face recebem ramos da artéria carótida interna. A artéria carótida externa é também denominada carótida facial e supre as estruturas superficiais e profundas da face.
A carótida interna é também denominada carótida cerebral, pois leva o sangue quase exclusivamente para o cérebro. As artérias carótida interna e externa partem de uma divisão da artéria carótida comum, ao nível da cartilagem tireoide.
A inervação da face é feita pelo nervo facial, que possui fibras motoras e sensitivas. Ele é formado por duas raízes que seguem juntas por longo trajeto dentro do crânio.
A raiz motora do nervo facial é chamada de nervo facial propriamente dito e é responsável pela inervação dos músculos da mímica facial e do músculo estapédio (relacionado à audição). Já a raiz sensitiva é chamada de nervo intermédio (ou de nervo de Wrisberg), e é composta por fibras sensitivas somáticas (controlam a sensibilidade de parte do pavilhão auricular), fibras sensitivas especiais (controlam a gustação nos dois terços anteriores da língua) e fibras do sistema nervoso autônomo (inervam as glândulas lacrimais e salivares).
Outra inervação de grande importância para a face é o chamado nervo trigêmeo, que é um nervo misto, com uma raiz sensitiva e outra motora. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam os três ramos do nervo trigêmeo: oftálmico, maxilar e mandibular; responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. A raiz motora do trigêmeo é constituída por fibras que acompanham o nervo mandibular.
O ramo oftálmico é a primeira divisão do nervo trigêmeo. É um nervo puramente sensitivo, que supre córnea, corpo ciliar, íris, glândula lacrimal, esclera, parte da mucosa da cavidade nasal, pele das pálpebras, sobrancelhas, testa e nariz.
A divisão maxilar do nervo trigêmeo é puramente sensitiva e supre a pele da face, maçã do rosto, lábio superior, parte da mucosa nasal e mucosa do palato. Importante lembrar que a divisão maxilar leva sensibilidade para os dentes da arcada superior e para a gengiva da maxila.
Por último temos a divisão mandibular como o maior componente do trigêmeo. Ela carrega estímulos sensitivos e motores, e seus ramos motores suprem os músculos da cabeça e pescoço. Os ramos sensitivos suprem a pele do terço inferior da face, queixo, lábio inferior, dentes e gengiva do arco inferior.
O conhecimento da anatomia da face é de suma importância para a realização de qualquer procedimento estético nessa região. Aos profissionais e estudantes que desejam especializar-se em odontologia estética, por exemplo, recomendamos o estudo aprofundado, e especialização reconhecida pelo CFO, a fim de evitar futuros problemas que levem a lesões com sequelas irreversíveis para os pacientes.
Vejamos alguns exemplos. O conhecimento sobre a musculatura da face e suas propriedades contribui para a aplicação da toxina botulínica, uma das principais técnicas de harmonização facial, pois sua aplicação em determinados grupos musculares pode gerar efeitos inestéticos temporários.
Outra aplicabilidade é o conhecimento das inervações faciais. O nervo trigêmeo, por exemplo, conta com nervos sensitivos que são mais superficiais, enquanto o nervo facial possui nervos motores que correm pela face de forma mais profunda, com exceção de certas localidades nas quais ele tende a tornar-se superficial. A seção de um nervo motor é grave, uma vez que pode levar a assimetria facial irreversível.
O preenchimento facial com ácido hialurônico é outra prática estética que deve ser realizada com treinamento prévio. O maior risco aqui é a embolização vascular dos vasos que compõem as anastomoses, o que pode gerar consequências como cegueira e necrose tecidual.
O conhecimento da anatomia facial e da gama de biomateriais compatíveis com o resultado que se pretende alcançar é fundamental para as práticas seguras na estética. Por isso mesmo, recomendamos aos profissionais habilitados e estudantes da área o aprofundamento dos conhecimentos disponíveis em cursos de formação reconhecidos pelo Ministério da Educação e pelos Conselhos Profissionais. Com o objetivo de contribuir nessa jornada, nossa editora dispõe de livros e atlas os mais atualizados e voltados à formação na área estética.
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